segunda-feira, 15 de abril de 2019

Ministério Público apresenta Ação Civil contra prefeitura de Vitória do Mearim


Duas semanas após aprovação, pela Câmara Municipal, de requerimento de instalação de uma CPI, sobre desvio de finalidade de recursos da Saúde e, em menos de uma semana depois de o Tesouro Nacional anunciar bloqueio de recursos do FPM ao município de Vitória do Mearim, agora tem apresentada, pelo Ministério Público do Maranhão (MP/MA), Ação Civil Pública (ACP) sobre tomada de medidas em relação à escola municipal do povoado Ipixuna.
A Ação Civil Pública trata especificamente de pedido de tutela antecipada contra o Município de Vitória do Mearim, requerendo imediatamente, local provisório para receber os alunos matriculados na Escola Municipal do Povoado Ipixuna para que seja iniciado o ano letivo naquela comunidade, bem como a elaboração de calendário escolar alternativo, para repor as aulas e não prejudicar ainda mais as crianças.

Na sua exposição, o MP/MA ressalta que, ainda em 2018, a Promotoria de Justiça tomou conhecimento que a escola de Ipixuna necessitava de reformas. Por meio de ofício, a Secretaria Municipal de Educação informou que o referido prédio estava no cronograma e que a reforma seria executada durante as férias escolares.
No entanto, até a data da apresentação da denúncia (11 de abril de 2019), não foram iniciadas as obras de melhorias e a situação só ficou ainda mais grave, tendo os pais se recusado a mandar seus filhos para a escola, cujo teto ameaça desabar.
Em declarações prestadas ao Conselho Tutelar, foi dito que os banheiros não estão em condições de funcionar e todas as necessidades são feitas nos quintais dos vizinhos.
Sobre o caso, os moradores também reclamaram da falta de atenção da prefeitura com a manutenção do prédio, que se encontra com instalação elétrica exposta, não dispondo de bebedouro, as crianças tomando alga salgada.
O mobiliário em péssimas condições, mesas e cadeiras quebradas, janelas destruídas e ventilados defeituosos.

Quanto à merenda escolar, revelaram os pais que o lanche fornecido é insuficiente e inclusive alimentos fora da validade, o que faz com que os alunos passem por problemas de saúde.
No fim do ano passado, o piso quebrado no meio da sala de aula cortou o pé de uma estudante que levou 14 pontos. Temendo pela vida das crianças e profissionais, os pais se recusam a mandar os filhos para escola.
Conta o relatório que na última reunião com a Secretaria de Educação, os pais se sentiram ameaçados pela informação que os alunos que se recusarem a estudar no prédio naquela condição, levarão falta e poderão perder o Bolsa Família do Governo Federal.

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